terça-feira, 30 de outubro de 2012

DEMOCRACIA POR DECRETO


Certa vez me perguntaram o porquê da existência do legislativo; como bom republicano que sou logo parti para a explicação clássica, que sem o legislativo a ditadura prevalece que o legislativo é o bastião da democracia, pois, ali está representada a sociedade, que independente de quem seja o ocupante do cargo legislativo ele é o legitimo representante do povo. Pois bem, fiquei meio confuso estes dias com as legalidades de nossa jovem democracia.
A maioria deve ter acompanhado as discussões sobre o código florestal, discussões e mais discussões nos plenários da câmara e do senado da republica, um vai e volta interminável, com sugestões, emendas, debates acalorados dos nossos parlamentares, e independente da minha posição sobre o assunto, via com felicidade a participação popular através de manifestações, abaixo assinados, tanto de um lado como do outro.
Isto era a mais pura demonstração de democracia ativa que eu já tinha visto nossos representantes, eleitos pelo voto direto e secreto, exercendo suas prerrogativas de forma livre, aqui abro um parênteses para dizer que apesar de não concordar com muita coisa ali, como disse no começo, sou republicano e respeito às posições controversas as minhas, pois bem, então víamos uma guerra, no bom sentido, um belo debate de idéias e interesses, (ora e o que mais é a política?) meses a fio de discussões, documentos, pesquisas, tanto nos plenários como nas diversas comissões por onde passou o referido código.
Olha deve hora que virou chatice, mas, ali estava a sociedade discutindo através de seus representantes um assunto de interesse comum, que maravilha! Aprovado na Câmara foi ao senado, que fez suas alterações e mandou de volta à câmara para aprovação de suas alterações, mais debate, mais discussão, aprovado vai a sanção presidencial, que legalmente tem todo o direito a vetar o que quiser e achar prejudicial, da mesma maneira que se espera que o veto seja julgado pelo congresso,mas, de repente o que ocorre?  Os artigos são vetados e regulamenta-se o que se quer por decreto!
Agora sou eu que pergunto: Para que parlamento? Para que legislativo? Com uma canetada se resolve tudo e pronto!
Como eu disse no começo, sou republicano, mas, quando vejo este tipo de ação de nosso governo, e quero deixar bem claro que não sou a favor de muita coisa que foi colocado neste código e sou a favor de muita coisa que não foi colocada, fico preocupado com nossa jovem democracia de pouco mais de vinte e poucos anos, quando os representantes do povo são substituídos por uma única caneta, a coisa começa a ficar estranha.  Quando a representatividade é trocada pelo que se acha politicamente correto deixamos a democracia frágil e o sistema perigoso.  Se minhas idéias não prevalecerem, tudo bem, mas, que seja de forma democrática e não decretocrática como alguns parecem que querem que seja. Democracia não é somente o direito de voto, é também saber aceitar quando as nossas idéias são vencidas pela maioria. Democracia é saber vencer e perder, democracia é saber debater idéias sem perder os ideais. Viva a republica! Viva a democracia!
“Os detentores do poder ficam tão ansiosos por estabelecer o mito da sua infiabilidade que se esforçam ao máximo para ignorar a verdade.” Boris Pasternak

Criticas e sugestões: jctsampaio@hotmail.com

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Sou Humano?


A cada dia vemos situações que nos levam a refletir sobre o ser humano. O ser humano, sendo ser na forma de verbo, tem se demonstrado cada vez mais casuístico.
Para ser humano, alguns predicados são colocados pela sociedade, ser amoroso, piedoso, complacente, generoso e outros mais. Estes predicados deveriam ser naturais do humano, mas como a sociedade olha isto se tornou muito difícil identificar o humano que possui estes predicados ou os usa somente para mostrar a sociedade que tem o direito de usar o gênero humano em sua identificação social.  Cada um tem o direito se fazer ou ser o que quiser, mas, quando passa a usar de artimanhas para parecer possuir estas qualidades é triste. O que vemos em nossa sociedade são pessoas que se passam por altruístas, benevolentes, caridosas, mas, que na verdade fazem tudo pelo interesse próprio, quando necessitam abraçam crianças, beijam e brincam com animais de estimação e principalmente fingem e fingem muito bem ser o que não são. Caridade, bondade, generosidade não precisam ser ostentadas, aquele que realmente é não pede para ser filmado nem mostrado como tal, a própria sociedade o identifica como sendo e se não o fizer ele não liga a mínima para isto. Já o que mascara, tem a necessidade de que sempre lhe apontem ou bajulem dizendo, “como ele é magnânimo!”, ora o pior é que a sociedade teima em cobrir os olhos a estes, que dão bom dia com chapéu alheio, que fantasiam conduta de bom moço e no fundo só fazem é esconder suas verdadeiras intenções.  Agora existem seres humanos que realmente pensam, principalmente no seu semelhante e nos que não podem se defender. As atitudes do homem beiram a irracionalidade atribuída às criaturas não da espécie humana. Cito alguns exemplos, o que ganha um cidadão que encoberto pela madrugada passa pelas ruas arrancando as placas de sinalização? O que ganha um cidadão que abandona sem defesa um cão as margens de uma rodovia? O que ganha um cidadão que achando que não faz diferença vende seu voto? Pode ter certeza caro leitor, que estes ganham a satisfação momentânea de expor suas mais primitivas ações, mas, perante a luz do dia agem como se grandes seres humanos fossem.
Cada ser humano tem uma coisa chamada livre arbítrio, que ele usa da forma que quiser só se esquece das conseqüências que suas ações irão desencadear. Sem as placas de sinalização um parente, filho, companheiro, pai, mãe, pode causar um acidente fatal, o que abandona o cão na beira de uma rodovia ou outra via qualquer pode levar a um acidente grave de transito, ou ao sofrimento de uma criatura indefesa, o que vende o voto pode ajudar a levar ao poder pessoas descompromissadas com a sociedade.
Então pergunto a você; em qual categoria você se enquadra? Faça um auto-exame e veja se você é um “SER” humano? Generosidade, bondade, caridade e principalmente HUMANIDADE não se compra no boteco da esquina.  Lembre-se, nem Deus pode obrigá-lo a fazer o bem, mas, os olhos Dele estão por toda parte.
“A humanidade não é um estado a que se ascenda. É uma dignidade que se conquista.” Jean Vercors
Criticas e sugestões: jctsampaio@hotmail.com

sábado, 13 de outubro de 2012

Depois da eleição...


 

Certa vez me disseram somente quem põe à cara a tapa em uma eleição pode entender o que é ser vereador, verdade. A experiência de disputar uma eleição é única, você sonha , acredita, busca, torce, mas, só tem consciência de que é um mero espectador na hora da apuração dos votos; ali naquele momento é que se percebe que o que se acredita muitas vezes não é o que se desenha na realidade. Quem foi candidato sabe bem o que estou falando, cada urna cada voto ou você se vê realizado ou vê seu sonho ruir. O homem tem por habito não aceitar a derrota, mas o que é a derrota? Derrota é você não participar da vida da sua comunidade, não ter objetivos, não sonhar com uma cidade melhor; derrota é você achar que quem venceu um pleito não mereceu, ou que o povo é burro, ou que quem elege são pessoas mal instruídas. A partir do momento em que passarmos a ver a situação do outro lado, percebemos que não existem vencedores nem vencidos, existe sim representantes da maioria e representantes da minoria, e aqui não estou falando somente dos vereadores eleitos, sim, pois, os vereadores eleitos tem o dever de representar toda a sociedade e a câmara atual ficou bem dividida neste sentido, temos advogados, contadores, policiais, professores, se for por nível de escolaridade temos uma obra prima se não me engano todos com formação superior, alguns pós graduados e outros ate mestrados.Mas e os representantes da minoria? Hora estes são aqueles que não obtiveram êxito em ter uma cadeira no legislativo, sim senhor, posso não ter sido eleito, mas, tenho 153 pessoas que confiaram em mim e querendo ou não sou seu representante, e se cada candidato a vereador que não se elegeu assim pensar teremos então em Joaçaba 76 representantes de todos os seguimentos da sociedade, que, apesar de não terem direito a voto no plenário da câmara municipal tem a responsabilidade de representar seus eleitores, trabalhando por eles, fiscalizando as ações não só do legislativo,mas, também do executivo, participando das sessões seja pelo rádio, internet , TV ou pessoalmente e quando necessário mobilizando a sociedade e suas bases para conquistar o que a coletividade precisa.Muitos dizem que em Joaçaba e na região mandam os que tem dinheiro,mandam e se elegem os que compram votos,mas, eu acredito que quando tomarmos consciência que em vez de minoria somos maioria, sim , maioria  os nove vereadores somados representam 5106 eleitores em um universo de 21.237 cidadãos aptos a votar! Ou seja, cada candidato tem o dever de representar e representar bem aqueles que nele acreditaram. Portanto amigo (a), levante a cabeça e vamos trabalhar, vamos procurar representar bem aqueles que acreditaram em nós, pois, o maior medo dos poderosos é que o povo descubra a força que tem, porque, o dia que isto ocorrer, não haverá dinheiro, favor ou qualquer outro ato escuso que justifique uma eleição. Parabéns aos eleitos estaremos de olho, parabéns a aqueles que colocaram seus nomes a disposição da sociedade, pois, representam o anseio de muitos, parabéns a você eleitor Joaçabense, que de forma digna escolheu seu candidato, e se perceber que sua escolha não foi a melhor para sua comunidade, daqui a quatro anos terá a oportunidade de mudar. Lembre-se vereador é representante político, funcionário do povo, portanto quem assina a carteira deles é você com o seu voto, então, quem demite também é você. Cargo político não é emprego, é mandato! Obrigado amigos que acreditaram! Uma pequena derrota sempre é prenuncio de uma grande VITÓRIA!
“É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se a derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem derrota.” Theodore Roosevelt
Criticas e sugestões: jctsampaio@hotmail.com